terça-feira, 9 de março de 2010

A galope, no Dia da Mulher

Ontem comemorei o Dia Internacional da Mulher de um jeito bem carioca: jogando conversa fora com um grupo de amigas, em volta da mesa de um bar ao ar livre. Éramos onze mulheres, todas amigas desde os primeiros tempos de colégio. Nossa mesa era um verdadeiro luxo tropical, debruçada sobre a pista de corrida de cavalos do Jockey Club. Neste final de verão, sob um imenso céu sem nuvens, a temperatura ambiente não poderia estar melhor.

Do alto do Corcovado, o Redentor dava as costas para nós, espiando o outro lado da cidade. Menos mal, assim a gente pôde ficar mais à vontade.

Ali bebericamos drinks de frutas coloridas,  comemos pizza sem medo de engordar, ouvimos e contamos as histórias de sempre, rindo de todas como se fossem inéditas. E, como sempre, celebramos a alegria de estarmos novamente reunidas, reinventando a vida.

Uma chegou cedo, outra atrasada.
Uma cortou o cabelo bem curtinho, outra deixou crescer.
Uma conseguiu convencer o maridão a fazer aquela viagem tantas vezes adiada, outra continua procurando marido novo.
Uma acendeu um cigarro, outra protestou contra a fumaça do vício maldito e se mudou de lugar.
Uma assistiu à entrega dos Oscar até altas horas da madrugada, outra nem sequer sabia quais os filmes que haviam levado a estatueta na noite anterior.
Uma falava animada, movimentando braços, pernas e cotovelos, enquanto outra só ouvia tudo, calada.
Uma quis saber  por que outra havia faltado ao encontro de ontem.
E todas nos lembramos daquela outra ausente, que se foi para sempre do nosso convívio,
mas continua muito presente entre nós. 

A vida é um galope. 


Bem ali diante da nossa mesa, de vez em quando era dada a largada de uma nova corrida na pista do Jockey. Noto que os cavalos ficam inquietos antes de serem soltos para disparar. É bonito vê-los ansiosos, na antecipação da corrida.

Qual deles vai chegar na frente?

Pensando bem, percebo que esta pergunta não faz sentido algum. Tanto faz quem cruzar alinha de chegada na frente. O importante é galopar com vontade, sem pressa de chegar.

Um comentário:

Claudia Amorim disse...

Adorei o relato! Pena q não pude participar pq na semana passada fui pra Sampa festejar o aniversário do meu filho Rafa e segunda trabalhei até tarde para botar as coisas em dia.
Bjs a todas
Claudinha