domingo, 30 de dezembro de 2018

Tantas coisas boas para contar sobre o Chile... mas uma surpresa me pegou!


O ano acabou e voltei do Chile com a cabeça cheia de novidades boas para contar. Foi uma viagem surpreendentemente rica - só que agora, sinto muito, não estou com vontade de falar nada disso.

Eu bem que poderia descrever longamente as paisagens de sonho da cordilheira, com seus vulcões cobertos de neve, belos e intimidantes, bem como o meu encantamento diante de tanta beleza natural... Mas agora não estou com cabeça para isso.  


Também poderia falar sobre a delícia que é tomar banho nas termas vulcânicas ao ar livre, com aquela água quentinha, jorrando das profundezas da terra... Mas agora este papo não vai rolar.


Eu poderia contar histórias sobre as pessoas incríveis que conhecemos em uma comunidade rural mapuche no sul do país, onde passamos um dia inteiro conversando e aprendendo sobre este povo nativo, o único de toda a América que jamais foi subjugado pelos espanhóis... Mas agora, sinto muito, não estou a fim de contar.


Eu poderia relembrar o deslumbramento que sentimos quando avistamos o Salto do Huilo-Huilo jorrando aquele montão de água fresca diante de nós, com arco-íris e tudo... Mas agora não dá.


Eu poderia falar da imensa lua cheia que, depois de um dia inteiro de passeios e descobertas maravilhosas nos espiava bem de frente, na varanda do hotel... Mas agora, não.


Eu poderia falar sobre os muitos vinhos que bebemos e as gargalhadas que demos... mas, me perdoem, tudo isso vai ter que esperar.

A razão da minha perda de palavras para descrever uma viagem tão bela como esta foi o telefonema que recebemos do Canadá na véspera do Natal, de manhã bem cedinho. Do outro lado do mundo, a voz ensolarada da nossa filha Isabel inundou o nosso quarto de luz e amor: “Mãe, pai! Stephan e eu estamos grávidos!”

Pois era disso que eu queria lhes falar. Como pensar ou escrever sobre qualquer outra coisa? Para mim não há viagem, paisagem ou fotografia mais emocionante que esta notícia. Daqui a meros seis meses, nossos queridos filha e genro terão o seu primeiro bebê e nós, felizes espectadores deste presente da natureza, teremos a alegria renovada de sermos avós.

Gracias por todo, Chile! Muito mais do que recordações de uma bela viagem, o Chile nos trará sempre um sorriso de pura felicidade, escondido no coração.





quarta-feira, 16 de maio de 2018

As mentirinhas de Aninha: meu primeiro livro!


Responda depressa: o que é que você mais gostaria de fazer na vida?

Essa é uma pergunta que embatuca qualquer adulto mas, naquela tarde de contação de história ao ar livre, as crianças que estavam sentadas na grama diante de mim nem titubearam:

"Cavalgar em um dragão!"

"Voar pelo céu com um unicórnio!"

"Tirar uma foto do Papai Noel quando ele entrar na minha casa!"




Aqueles olhinhos brilhantes, cheios de entusiasmo diante das infinitas possibilidades da vida, foram para mim as cerejas do bolo daquela tarde feliz, que marcou o lançamento do meu primeiro livro infantil - As mentirinhas de Aninha. O evento aconteceu no Conecta Orgânica, um novo espaço de vivências e cursos em Araras, na serra de Petrópolis, com uma proposta de valorização dos artesãos locais e foco na sustentabilidade. Não poderia imaginar um local melhor para lançar meu livro,  rodeado pelo verde da Mata Atlântica, com a presença de amigos, numa bela tarde de sol!


A ideia do Mentirinhas surgiu há alguns meses, quando meu marido me desafiou com a pergunta inesperada: "O que é que você mais gostaria de fazer na vida?" Por alguns momentos fiquei paralisada com a imensidão daquela pergunta. Desnecessário dizer que nem me passou pela cabeça a ideia de vivenciar aventuras com dragões ou unicórnios.  Há poucas coisas mais assustadoras para mim do que me ver diante de uma página em branco, à espera de uma ideia inspirada.

Bem devagarinho, como um fio de Ariadne a me conduzir pelo labirinto de neurônios, aquela pergunta saiu à procura de uma ideia quase inatingível, meio mitológica, que dormitava desde sempre num porão escuro dentro de mim.  De repente a ideia inspirada apareceu: escrever um livro! E o que antes me parecia uma ideia fantasiosa, impossível, foi aos poucos criando forma - primeiro na mente, depois no papel.  E foi assim que alguns meses de trabalho no computador, contatos telefônicos, troca de e-mails com fornecedores e reuniões com o ilustrador Vitor Bellicanta, transformaram um sonho antigo nesta alegre realidade.


Cada vez que olho para as ilustrações do Vitor sinto vontade de rir. A simplicidade do traço nos transporta ao mundo infantil com um senso de humor delicado, revelando o olhar atento aos detalhes.

Terminada a contação da história, o evento continuou com uma oficina culinária com as crianças, onde preparamos deliciosas mentirinhas - biscoitos caseiros feitos com uma receita secreta de família. Receita que, por sinal (é bom que se diga), agora deixou de ser secreta porque está publicada no final do livro, para quem quiser experimentar em casa.




Desconfio que a história do livro já estava esboçada na minha cabeça desde meus tempos de criança. Uma vontade insaciável de viajar, conhecer novas culturas e interagir com pessoas diferentes sempre me acompanhou desde cedo. Por outro lado, as coisas simples da vida - como fazer biscoitos em casa - também me fascinavam muito. E quando a vida me presenteou com a chegada de Ana, a neta querida, misturei todos esses ingredientes num grande caldeirão e deixei-os cozinhar em fogo lento até se transformarem nesta poção mágico-literária, que todos vocês estão desde já convidados a provar.

Quem quer uma provinha?

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Quem não pôde ir ao lançamento de Araras terá nova chance de participar do lançamento do Mentirinhas, desta vez na cidade do Rio de Janeiro. Vai ser sábado, dia 9 de junho, às 16 horas, na Livraria Malasartes. 
A livraria possui uma maravilhosa coleção de livros infanto-juvenis e fica no Shopping da Gávea, 3o. piso, à rua Marquês de São Vicente 52.