sábado, 7 de maio de 2011

Esquisitices de Myanmar-1

Viagem a Myanmar - parte 7
Myanmar tem uma quantidade enorme de esquisitices culturais que fascinam e, ao mesmo tempo, intrigam a mente de qualquer visitante estrangeiro. Fiz uma lista das treze esquisitices que mais me chamaram a atenção.

1) Tanaka


Para o visitante estrangeiro, talvez a mais visível de todas seja a pasta de tanaka, feita com casca de árvore e água, que os birmaneses aplicam na face como um tipo de maquiagem. Quase toda a população - principalmente mulheres e crianças - espalha essa pasta amarelada pelo rosto, criando desenhos deliberadamente destacados da cor da pele, sem se preocuparem muito com  a perfeição dos traços.  A ideia é deixar tudo meio borrado mesmo. A pasta é feita em casa, bem na hora de ser usada.
Sobre uma base redonda de pedra, eles esfregam a casca da árvore até obterem um pó bem fino, parecido com talco. Aos poucos, eles acrecentam água ao pó, até formarem uma pasta, que espalham imediatamente pelo rosto com a ponta dos dedos. Isso tem que ser feito com rapidez, porque a pasta seca em dois tempos. Em geral, a maquiagem consiste de duas grandes bolotas nas bochechas, um traço ao longo do nariz e uma camada na testa, com pequenas variações.
O efeito criado é desconcertantemente teatral, como um tipo de máscara bufa. No começo a gente fica meio atordoada, sem saber como interpretar aquele adorno facial. Seria bonito? Feio? Cômico? Divertido? Ou simplesmente diferente? Mas são tantos os rostos pintados à nossa volta, que logo nos acostumamos com eles e nos deixamos cativar pela beleza dos sorrisos e olhares que chegam até nós através da pasta amarela.


2) Nomes próprios só de pessoas, não de famílias


Não existem nomes de família em Myanmar, apenas nomes próprios de indivíduos.  Pais, filhos, casais, irmãos ou avós possuem nomes completamente diferentes uns dos outros. Por isso é impossível a gente identificar pelos nomes os que pertencem à mesma família.  Os nomes próprios podem ser composto de dois, três ou mais nomes, sendo que o primeiro deles indica o dia da semana em que aquela pessoa nasceu. Por exemplo, todos sabem que alguém cujo nome comece com "Aung" nasceu num domingo. Se o nome  for "Thin", é porque nasceu numa sexta-feira. E assim por diante. Na cultura de Myanmar, em que a astrologia é fator determinante em quase todas as tomadas de decisão, esta informação é preciosíssima.

3) Oito dias na semana

Em Myanmar, a semana tem oito dias, em vez de sete. Entretanto, o tempo transcorrido entre o primeiro e o último dia é exatamente o mesmo que o do nosso calendário. É que o dia que fica no meio da semana (correspondente à nossa quarta-feira) se subdivide em duas partes distintas: a que vem antes do meio-dia (quarta-feira de manhã) e a que vem depois do meio-dia (quarta-feira de tarde). Cada dia da semana corresponde a um animal diferente, com suas características e tendências astrológicas. O animal das duas "quartas-feiras" é o elefante, representado na parte da manhã com as presas de marfim e, na parte da tarde, já sem elas.


(Continua no próximo blog)


Um comentário:

Claudina Turner disse...

Monica, a nossa querida Te-sá-chuê,
Só vocês para nos contar, minuciosamente, todas as peripécias da viagem.
Que riqueza!!
Que maravilha!!
Beijinhos,
Claudina